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terça-feira, 1 de novembro de 2016

Ocupar escolas e consciências

       É incontestável que o país vive um momento de polarização e acalorados embates políticos. Opiniões sobre os possíveis caminhos a serem seguidos emergem comprovando que a sociedade não se encontra apática, mas segue seu curso em meio às novas formas de participação política. A ideia de “mesmice” da política cai por terra na medida em que os atores, tradicionais ou não, apresentam características, projetos e visões distintas de sociedade.
     Vivenciamos um período de rearranjo da sociedade brasileira, expresso na busca por superar os históricos problemas estruturais e pavimentar os caminhos que nos levarão ao futuro. Para alcançar esse objetivo, precisamos de reformas e novas legislações, mas acima de tudo, uma consciência clara dos rumos e das concepções que conduzirão esse processo.
     Em meio a isso, as ocupações que brotam nas escolas e universidades brasileiras são ricas experiências de participação política. Enquanto reinventam a política sonhando reinventar o próprio espaço educacional, politizam-se abrangendo temáticas fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade justa e igualitária. Da defesa intransigente pela educação pública, também se eleva o debate pela igualdade de gênero, a luta contra as opressões, e obviamente qualifica-se o entendimento dos jovens sobre o papel do Estado em nossa democracia.
     A polarização mencionada inicialmente é saudável na medida que demonstra o projeto dos setores retrógrados. Seja nas ocupações das escolas, ou das ruas, os estudantes também ocupam a consciência social, problematizando e apontando as contradições das estruturas em nossa sociedade. Uma tarefa árdua, ainda mais quando rejeitar movimentos populares de bandeiras progressistas tem sido a marca que identifica todos os tipos de conservadores.
     Quando não ignoradas pela grande mídia, as ocupações são atacadas e desqualificadas por esses partidários, provocando ondas de inverdades e tentativas de deslegitimação. Assim, só nos resta demonstrar solidariedade aos abnegados estudantes que entenderam a necessidade de organização real e defesa intransigente de valores democráticos, compatíveis aos princípios da educação pública.
Flexibilizar o currículo do ensino médio através de medida provisória e colocar em xeque o ensino crítico, questionando a oferta da sociologia e filosofia em detrimento dos valores do mercado de trabalho é apenas a ponta dos questionamentos desses jovens. Percebem também o perigo eminente da PEC 241, que resultará com o fim da dotação orçamentária obrigatória para a Saúde e Educação.
      Lutam para que o Estado nacional exerça seu papel de alavanca do desenvolvimento. Estão, acima de tudo, dispostos a defender com unhas e dentes todo ataque ao sistema de bem-estar social que venha colocar em risco as duras conquistas dos últimos anos.
Ocupa tudo!      

Eduardo Soares de Lara - Cientista Social formado na Universidade Federal de Santa Catarina, ex-diretor da UCE, atua como professor de sociologia no ensino médio.    

           

sábado, 28 de maio de 2016

Não foram apenas 30 homens. Foi toda uma cultura machista e patriarcal.

Ainda não havia me posicionado referente ao caso da menina violentada por 30 homens, que não satisfeitos ainda divulgaram imagens suas nas redes sociais. Foi difícil tirar um momento do dia para pensar em um texto de repúdio a esse ato. Difícil pois não queria o fazer, difícil pois me faz sangrar uma vez mais, difícil pois gostaríamos de acreditar que não se existem pessoas capazes de cometer tamanha violência, difícil pois as imagens e a dor dela não saem da minha cabeça.
Uma vez mais levantei minha cabeça e decidi externalizar o meu ponto de vista sobre este acontecido. Com todo respeito a vítima e toda a dor que estou sentindo por ela.
Foi um dia difícil para ser mulher, foi um dia difícil para sair de casa e enfrentar o dia com a cabeça firme. Primeiro os jornais nos informam que Alexandre Frota foi recebido pelo Ministro da Educação, trazendo propostas para melhorar nossa realidade educacional, para quem não lembra, Alexandre Frota, estuprador confesso em rede de televisão aberta. Em seguida, um vídeo no celular, de uma menina, 17 anos, 30 homens e muita covardia, muita violência. 
Vivemos em uma sociedade forjada em uma cultura machista, patriarcal, sexista e extremamente conservadora. 
Nossa irmã não teve seu corpo violentado apenas por aqueles 30 HOMENS, ela foi violentada pela nossa sociedade que não garante sua segurabilidade, ela foi violentada pelas igrejas que impediram em vários lugares de debatermos gênero nas escolas e assim explicar às crianças que cada um tem liberdade sobre seu corpo, ela foi violentada por todos os homens que não entendem o significado da palavra NÃO, foi violentada por todos as pessoas que se calam frente aos casos de violência, violentada pela cultura do estupro, violentada pelo patriarcado, violentada pelos padrões que nós mulheres nascemos designadas a seguir. 
Minha cara amiga, você sobreviveu a essa barbárie, você sobreviveu a 30 homens e uma sociedade inteira violentando teu corpo, com você inconsciente e que seguiu te violentando ao longo do dia em comentários ridículos, divulgando suas imagens, te culpabilizando. 
Sei que o banho hoje será demorado e sofrido, sei que o espelho agora será um fantasma, a rua será um desafio diário, mas você vai seguir, nós estamos contigo, nós continuaremos em luta, nós somos muitas e estamos juntas. 
Agora, nosso dever é intensificar os posicionamentos das mulheres, ocupar as ruas contra esse onda conservadora que nos ataca e quer nos silenciar, agora é que mostramos a força que a mulher tem, jamais nos calaremos frente a violências, pois como já dizia Simone de Beauvoir:

"Querer ser livre é também querer livres os outros." 


Colunista Carolina Listone
Diretora de Gênero da UCE
Acadêmica de Letras na Unochapecó

terça-feira, 17 de maio de 2016

A cultura é resistência: #FicaMinC



“Em um lugar onde não há atividades culturais,
 a violência vira espetáculo.”


Em menos de uma semana de (des)governo Temer, este já mostrou a que veio. Em pouquíssimo tempo de atuação este já retrocedeu na pauta da representatividade feminina e negra na política ao compor os Ministérios apenas com homens brancos (o que não acontecia desde a ditadura militar), já desacelerou o combate à corrupção com a extinção da Controladoria-Geral da União, órgão interno responsável pela defesa do patrimônio público através da fiscalização, já secundarizou a pauta da educação ao entregá-la ao DEM, partido este que se posicionou contra o ProUni, o Fies e a conquista da destinação de 10% do PIB para a educação, já deu clara sinalização para a adoção de uma política de privatizações, tal qual a adotada pela adotada pelo governo FHC nos anos 90. A lista é extensa, mas o fato é que está se retardando os avanços sociais, no melhor estilo neoliberal.
No presente texto cumpre abordar uma ação que foi especialmente dolorosa para a comunidade artística: a extinção do Ministério da Cultura. É consenso entre todos aqueles que enxergam na cultura um instrumento de transformação social que isto se deu justamente em virtude da cultura ocupar um importante espaço na formação do senso crítico e no fomento da inteligência.
Uma grande parcela da comunidade artística brasileira – Chico Buarque, Wagner Moura, Leticia Sabatella, apenas para elencar alguns exemplos – posicionou-se veementemente contra o golpe de Estado institucionalizado que está em curso no Brasil. Sem dúvida que a postura de defesa da democracia perpetrada por produtores, fazedores, amantes e entusiastas da cultura foi cabal para deslegitimar o discurso golpista; isto evidentemente incomodou os setores conservadores, que responderam com a extinção do Ministério da Cultura.
É fato notório que nos períodos de interrupção democrática da nossa história a cultura e arte sempre foram brutalmente atingidas, tanto pela falta de fomento, quanto pelo cerceamento da liberdade de expressão e da censura em sua forma mais clara. Há de se reconhecer o enorme potencial transformador que a cultura possui, seja pelo redescobrimento e empoderamento de setores da sociedade historicamente marginalizados, que por meio da expressão artística passam a ter voz e vez, seja pela criticidade pujante que carrega, ao expor as mazelas sociais e buscar modificar o status quo, de forma que parece sutil aos olhos mais desatentos, mas que é carregada de efetividade.
Em especial nos últimos anos, com figuras como Gilberto Gil e Juca Ferreira à frente do Ministério da Cultura, este construiu uma combatividade por retomar um processo de valorização da cultura popular, esta até então tida como ilegítima e secundária. O MinC ampliou o diálogo do governo com as manifestações culturais periféricas, das religiões de matriz africana, dos povos indígenas, enfim, promoveu um resgate histórico à diversidade existente em nossos país-continental e atuou fortemente do processo de devolver o protagonismo da nação ao povo, compreendendo o papel pivô que tem a cultura no desenvolvimento nacional.
Os golpistas têm consciência do processo de empoderamento e inclusão social que estava ocorrendo por meio da cultura e decidiram interrompê-lo. Este golpe a democracia é também um golpe à cultura, às mulheres, aos povos que estavam sendo redescobertos, aos trabalhadores e trabalhadoras; é branco, de meia idade, heteronormativo, veste terno e gravata e não saia; é patriarcal e representa tudo que há de mais retrógrado na praça. Para enfrentá-lo, é preciso, mais do que nunca, que os setores progressistas da sociedade se articulem e tornem uníssona sua voz, é hora de deixar divergências pormenores para depois e reafirmar seu compromisso com a democracia.
Felizmente contamos com a capacidade de mobilização da cultura e dos movimentos sociais por meio das ruas, que devem ser ocupadas massivamente como forma de resistência. Não tem arrego: a comunidade artística não vai se desmobilizar e a luta pela consolidação e implementação de uma agenda cultural para o Brasil vai se manter de pé.
A cultura é política. É emergente. É pujante. Alguns diriam que é hora de acordar, mas felizmente nunca estivemos dormindo. A rua é nossa. Resistiremos.







Colunista Emanuela Gava Caciatori, 
Acadêmica de Direito
membro do CUCA (Circuito Universitário de Cultura e Arte) da UNESC.

domingo, 15 de maio de 2016

A Política Externa Brasileira a Serviço do Centro.


    As linhas gerais que orientam a execução da política externa desde 2003 até o afastamento da Presidenta Dilma foram estabelecidas no início da década de 1960, quando a diplomacia brasileira inaugurou a Política Externa Independente pretendendo instrumentalizar o desenvolvimento econômico a partir dos princípios nacionais. Esses mesmos princípios, mesmo que de forma tímida, foram recuperados na segunda metade dos anos 1970, quando então se desempenhou uma política em busca de mercados externos, independente de parcerias políticas multi ou bilaterais, denominada de Pragmatismo Ecumênico Responsável, e balizaram a política externa do país até o fim dos anos 1980. Nos anos 1990, o nacionalismo e a independência guiaram apenas o breve governo do presidente Itamar Franco, ocasião em que o chanceler Celso Amorim esforçou-se para reintroduzir o conceito de desenvolvimento na agenda internacional, no entanto, durou até o governo Fernando Henrique Cardozo que introduziu pensamento “liberal cosmopolita” na política externa brasileira, durando ao longo de toda a década de 1990.
    A política com a prevalência do pensamento liberal ou Estado normal, como denominou Amada Cervo e Clodoaldo Bueno no livro História da Política Exterior do Brasil, durante o período do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo (FHC), “seguiu três parâmetros de conduta: como o Estado subserviente, submete-se às coerções do centro hegemônico do capitalismo; como o Estado destrutivo, dissolve e aliena o núcleo central robusto da economia nacional e transfere renda ao exterior; como o Estado regressivo, reserva para a nação as funções da infância social” (CERVO; BUENO, 2002, p. 457)[1]. Seguindo estes parâmetros, o governo FHC privatizou a Companhia Vale do Rio Doce, em 1997, então a maior exportadora de minério de ferro do mundo. A empresa foi arrematada por US$ 3,3 bilhões. Quanto aos bancos, o governo, Fernando Henrique Cardozo forneceu pacotes como: o Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (PROES) e o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER) para sanear os bancos, deixando rentáveis. Após esses programas, iniciaram  as privatizações dos bancos BANERJ e o BANESPA, como também as estatais ferroviárias e Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) e a outras estatais, como a Cemig e a Cesp. Outra característica da política externa “liberal cosmopolita” é a concepção do lugar do Brasil nas relações internacionais que indicava na direção da melhor relação possível com os Estados Unidos da América (EUA), a União Europeia (EU) e o Japão, seguindo a agenda internacional, lucrativa e pacifica. Um exemplo de “submissão” a agenda internacional foi a assinatura do Tratado de Não Proliferação Nuclear, em 1998, além de aceitar, mas não assinar, o projeto norte-americano da criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), consumando a hegemonia dos EUA no continente.
     Outra perspectiva é o pensamento nacional-desenvolvimentista na política externa que considera que a lógica das relações internacionais continua sendo política-estratégica, bem como entende que o sentido da inserção brasileira no sistema mundial de poder é a luta pelo desenvolvimento. Neste sentido, a agenda é romper com os bloqueios impostos pelas potências que modelaram a ordem internacional segundo seus próprios interesses, para continuar em sua trajetória ascendente em direção a patamares mais elevados de desenvolvimento econômico-social. No entanto, para sustentar está política externa nacionalista, o Brasil, buscou na política sul-sul e nos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) aliados, mas que configurou como sócios, que contribuíssem com o equilíbrio de poder nas relações internacionais. Portanto, dentro deste pensamento nacional-desenvolvimentista é possível destacar uma política comprometida com a promoção do desenvolvimento do país, com a busca da autonomia decisória e com a luta para tornar a ordem internacional menos desconfortável para os países em desenvolvimento.
     No entanto, o governo Dilma, a partir, principalmente, do seu segundo mandato, vem sofrendo com a instabilidade política e econômica, financiada pela pressão de uma parte da sociedade, das grandes mídias e das potências internacionais, acarretando em um agravamento na governabilidade da Presidenta Dilma Rousseff. Com a falta de governabilidade, o pedido de impeachment da Presidenta é deferido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha réu no Supremo Tribunal Federal (STF), sendo aprovado pela grande maioria dos deputados. Após a aprovação na Câmara dos Deputados o processo foi encaminhado para o Senado Federal onde também foi aprovado. Com o afastamento da Presidenta Dilma, o vice-presidente Michel Temer assume, provisoriamente, a República Federativa do Brasil e apresenta um plano de governo intitulado: “Ponte Para o Futuro”. Dentro deste plano se insere a política externa que tem como objetivo: “realizar a inserção plena da economia brasileira no comércio internacional, com maior abertura comercial e busca de acordos regionais de comércio em todas as áreas econômicas relevantes – Estados Unidos, União Europeia e Ásia – com ou sem a companhia do Mercosul, embora preferencialmente com eles”[2].
     Com a nomeação do senador José Serra na pasta do Ministério das Relações Exteriores, no governo provisório do vice-presidente Michel Temer, o plano “Ponte Para o Futuro”, no que tange as relações internacionais, teve seu primeiro impacto na União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e governos da Venezuela, Cuba, Equador e Nicarágua após o pronunciamento do então chanceler que por meio de nota oficial do Itamaraty disse que os governos citados acima e a Unasul estariam propagando falsidades sobre o processo político interno do Brasil[3]. Está nota fez com que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciasse, durante a reunião do Conselho de Ministros, o retorno a Caracas do embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Castellar. Com isso, inaugura-se uma nova política externa brasileira que rompe com alguns pontos do legado deixado pelo Barão do Rio Branco que durante sua passagem e fundação do Itamaraty manteve, sempre, uma política de negociação e respeito aos governos vizinhos que estivessem embasados em suas constituições com a prática do “multilateralismo”. Além disso, há um retorno da política unilateral, que foi rechaçada e denunciada pela grande maioria dos embaixadores brasileiros durante o governo Fernando Henrique Cardozo, que transformou o Ministério das Relações Exteriores em um balcão de negócios a serviço do centro, ou seja, das grandes potências internacionais. Portanto, a discussão que gira em torno do atual cenário é a volta de uma política externa de submissão à agenda internacional introduzida pelo centro e acatamento da periferia.




[1] CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002.
[2] Ponte Para o Futuro, 2015, p. 18. Disponível em: < http://pmdb.org.br/wp-content/uploads/2015/10/RELEASE-TEMER_A4-28.10.15-Online.pdf>  acesso: 15 de maio de 2016.





  

Colunista Henrique Barros
Acadêmico de Relações Internacionais da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) – Campus Balneário Camboriú.
1ª Vice-Presidente da União Catarinense das e dos Estudantes.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O Golpe contra a Democracia é também contra os avanços das Mulheres!


   A história do Brasil e de suas estruturas políticas emerge de preceitos patriarcais e opressores. Em todo o mundo a política foi feita por homens e para os homens - quando digo homens não uso o termo no sentido de seres humanos, mas sim de sujeitos que se reconhecem enquanto parcela da sociedade detentora de privilégios e dominação nas relações hierárquicas de gênero -, e se a democracia é ainda uma criança, a participação das mulheres nessa democracia é ainda mais jovem. Por séculos as mulheres foram excluídas dos espaços de poder e de decisão, não por lhes faltar capacidade ou força, mas sim por viverem em uma estrutura social totalmente construída para lhes manter confinadas à esfera do lar e longe dos espaços públicos. As formas de exercício de poder ou de agência das mulheres foram, por longos anos, na clandestinidade, na subversão e na resistência. Os direitos humanos foram em seu principio direitos do homem e para conquistá-los muitas de nós dedicaram suas vidas!
   No Brasil, nossa recente democracia foi protagonizada por homens em praticamente toda nossa história e, somente em 2010 uma mulher chega à presidência da república. A primeira mulher a ser eleita democraticamente para o cargo de presidenta, a primeira a ser reeleita pela soberana vontade popular e também a primeira a ser afastada por meio da fabricação de crimes que não cometeu.
   Durante todo seu governo, Dilma foi hostilizada de forma misógina, enfrentou coisas bem diferentes de criticas ao seu governo, foi submetida a ataques machistas. Dilma sofreu de forma personificada os ataques que historicamente foram direcionados a todas as mulheres, foi estereotipada de frigida, histérica, feia, incapaz, fraca, desejaram-lhe que fosse estuprada, homenagearam os que a torturaram e conspiraram para que fosse afastada de um espaço de poder que foi uma conquista de todas as mulheres brasileiras. Diversos apoiadores do golpe adoraram a frase “tchau querida” como mais uma forma de atacar a presidenta eleita Dilma, essa frase deixa claro que essas manifestações se tratam unicamente de ataques machistas, de uma tentativa de reafirmar que os espaços de poder pertencem aos homens e que mulheres não podem permanecer nesses lugares, mesmo que tenham sido escolhidas pelo povo.
   Vemos que o golpe à democracia é nitidamente um golpe contra os avanços das mulheres quando no discurso de afastamento da presidenta eleita Dilma temos ao lado dela a ex-Ministra da Agricultura Kátia Abreu, uma mulher liderança do PMDB – partido que articulou a farsa para tomar o poder no tapetão -, estando visivelmente abalada com a consumação do golpe e que em um ato de sororidade se coloca ao lado de Dilma nos momentos mais difíceis, porque acima de convicções partidárias sabe de que lado está nessa trincheira de gênero.
Ainda mais simbólico na imagem do discurso após o anuncio oficial do afastamento é perceber que Dilma estava cercada pela diversidade, mulheres, negras, fortes, combatentes que foram torturadas na ditadura de 64, companheiras de luta! Enquanto isso, Temer nomeava seus ministros - assim mesmo como está na frase, sem flexão de gênero, ministrOs com um O bem grande -; não há nenhuma mulher indicada pelo governo ilegítimo de Michel Temer, e isso não ocorria desde os tempos nefastos da ditadura militar. Entre os homens, brancos e heteros – não que esses três adjetivos sejam defeitos, defeituosa é a normatização e hegemonização de um espaço que deveria ter a cara do povo e de povo não tem nada, porque no povo tem mulher, tem negra, tem LGBT...- sete dos indicados foi indiciado pela Lava Jato, ou seja, provam que o impeachment não foi para combater corrupção ou irresponsabilidade fiscal e sim para dar curso a um projeto antipopular, antidemocrático e patriarcal.
  Em seu primeiro dia de governo ilegítimo, Temer já mostra a que veio, decreta pela medida provisória n º 726 a extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, além do Ministério da Cultura e outros. A extinção desse ministério que foi conquistado com árdua luta dos movimentos de mulheres, negros(as), LGBT e de todos os segmentos sociais que foram historicamente oprimidos e invisibilizados mostra mais uma vez que esse golpe é contra os avanços das mulheres, é pela retirado de nossos direitos e políticas públicas que foram conquistados com muita luta e causam muito incomodo àqueles que vem perdendo seus privilégios de opressores dominantes. Se faz necessário considerar que a extinção de meia dúzia de ministérios obviamente não irá resolver a crise, mas por meio da escolha daqueles a serem extintos percebemos claramente o que está sendo deixado em último plano por esse (des)governo.
   Esse governo ilegítimo remonta as estruturas dos séculos passados e quer confirmar as mulheres a serem belas, recatas e do lar, bem como está confinada a 1º dama, esposa do tal presidente interino que não teve votos!
  Nós, mulheres, sabemos quanta luta nos custaram nossos direitos e avanços e por isso não abriremos mão deles, não aceitaremos pacificamente nenhum passo atrás, pois foi-se o tempo em que homens escreviam nossa história, foi-se o tempo em que direitos eram exclusivamente do homem e é tempo de sermos fortes, aliadas e subversivas! Força queridas!







    Colunista Janína Zdebsky
Estudante de História na UFSC
Ex-Diretora de Cultura da UCE.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Informações sobre o andamento processo eleitoral para o CONUCE nas univesidades catarinenses.

Divulgação das universidades que já cadastraram suas comissões para a realização das eleições dos delegados para o Congresso da União Catarinense dos Estudantes bem como as datas limite de inscrição de chapas e as datas de eleição nas universidades.

Frisando que as inscrições de chapas são feitas internamente nas universidades por meio das comissões de 10.

Lembramos também que existem também universidades que, conforme regimento, vão validar o processo eleitoral do congresso da UNE para o congresso da UCE, ficando portanto dispensada do processo eleitoral para o CONUCE. 


Qualquer dúvida ou observação favor enviar email para: congressodauce2015@gmail.com

Faculdade
         Cidade  
Data limite de Inscrição de Chapa
Data da Eleição
Faculdade Avantis
Balneário Camboriú
05/08
11 e 12/08/2015
Faculdade do Litoral Catarinense - Sociesc
Balneário Camboriú
05/08
11 e 12/08/2015
SINERGIA
Navegantes - SC
14/08
20/08
Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC
Florianópolis
12/08
18/08
FURB
Blumenau
14/08
20/08




Fundação Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC /
Balneário Camboriú

20/08
Borges de Mendonça

Florianópolis
18/08
21/08
Anhanguera
Jaraguá do Sul13 e 14/0817/08




faculdade São luiz

Brusque
13 e 14/08
17/08






















*Errata: Informamos que as universidades: UNIFEBE e UNESC foram divulgadas na lista de universidades acima, na data de ontem, como se fossem fazer o processo eleitoral na univesidade para eleição do CONUCE, porém, estas já estavam cadastradas para o congresso da UNE o que dispensava a necessidade de re-fazer o processo eleitoral. A UCE já entrou em contato com os responsáveis nas universidades para esclarecer o problema.









segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Inscrições para o Congresso da União Catarinense dos Estudantes

Está aberto o formulário para inscrição para o 37º congresso da União Catarinense dos Estudantes. Você deverá preencher as informações solicitadas e seguir as instruções conforme sua escolha de pagamento ou não.


ACESSE AQUI

Saudações estudantis!

Ata padrão e Link para pagamento da Inscrição no CONUCE

Saudações, 


Segue abaixo o Link para o pagamento da inscrição no congresso da união catarinense dos estudantes.





E também está disponível o link para download a ata padrão do congresso:

CLIQUE AQUI PARA OBTER A ATA PADRÃO


Vamos construir um grande congresso!

Saudações Estudantis

Universidades Credenciadas ao Congresso da União Catarinense dos Estudantes

Sudações Estudantis,


Em clima de CONUCE divulgamos as universidades que já cadastraram suas comissões para a realização das eleições dos delegados para o Congresso da União Catarinense dos Estudantes.

Faculdade
E-mail para contato
Data da Eleição
Faculdade Avantis
tamararcp2@hotmail.com
11 e 12/08/2015
Faculdade do Litoral Catarinense - Sociesc
tamararcp2@hotmail.com
11 e 12/08/2015
SINERGIA
tamararcp2@hotmail.com

Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC
kaarise@hotmail.com

FURB
coletivoquilombo.sc@gmail.com

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Formulario de Cadastro de Comissões de 10 para o Congresso da UCE


Conforme regimento publicado anteriormente, hoje divulgamos o formulário para o cadastramento das comissões de 10 estudantes que ficarão responsáveis por realizar o processo de eleição de delegados para o Congresso da União Catarinense dos Estudantes.

Consulte o regimento para maiores informações!

Link para cadastro de comissões de 10:
http://goo.gl/forms/1hAN9PgoG4


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Regimento do 37º Congresso da União Catarinense dos Estudantes

No 36º Conselho de Estadual de Entidades da União Catarinense dos Estudantes foi discutido e aprovado o regimento para o 37º Congresso da UCE, onde será eleita a nova diretoria da entidade.

Mobilze-se para o congresso e venha construir uma UCE mais forte!


Baixe e visualize as normas do congresso aqui!

sábado, 30 de maio de 2015

Reforma Política pra Quem?

O presidente da câmara Eduardo Cunha, representante dos setores mais conservadores e retrógrados da sociedade, deu um duro golpe na democracia nesta semana em uma “malandragem legislativa”. Na noite da terça-feira (26), a proposta que pretendia incluir na Constituição doações de empresas a candidatos em campanhas eleitorais foi derrotada no plenário da Câmara. Mas foi por pouco tempo: no dia seguinte (27), o presidente da Casa, conseguiu virar o jogo, fazendo aprovar, por 330 votos contra 141, a emenda constitucional do financiamento privado.

A proposta do dia 26, derrotada, era financiamento privado para candidato e para partido. A que foi aprovada foi financiamento para partido, mesmo com textos diferentes as propostas instituem a corrupção por meio do investimento de empresários na política.

Este aval da Câmara é uma dupla perda para os estudantes e para todos os Brasileiros verdadeiramente compromissos em acabar com a corrupção de maneira consequente. O País dá um passo atrás no sentido de uma sociedade mais justa e promove e assim institucionaliza a  plutocracia.

Cerca de 50 deputados contrários a aprovação da matéria se juntaram e vão tentar no Supremo Tribunal Federal (STF) anular a votação. Tribunal onde Gilmar Mendes engavetou um processo que esteve em vias de acabar com a prática da “doação” de empresas a campanhas

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mobilização para 54º Congresso da UNE atingiu 98% das universidades brasileiras.

As eleições para a escolha dos delegados ocorreram em grande parte das instituições de ensino superior do Brasil, estima-se que quase 2 milhões de estudantes participaram das eleições elegendo cerca de 7 mil delegados.
O delegado é o estudante que vai ao congresso representando os outros estudantes, ele tem direito ao voto que decide os rumos do movimento estudantil brasileiro pelos próximos dois anos. Alunos observadores também podem participar das atividades do congresso, entre elas, shows, debates, sessões de cinema, mesas redondas e oficinas, mas só os delegados votam durante a plenária final.
“Este é o maior Congresso da UNE desde a reforma eleitoral da entidade realizada em 2006. Conseguimos chegar a quase 100% das universidades brasileiras, sendo que em muitos estados atingimos a totalidade das instituições. A mobilização estudantil é crescente, sobretudo depois das jornadas de junho de 2013. E é justamente em processos extremamente democráticos como o Congresso da UNE que a entidade cumpre o seu papel histórico de organizar a indignação juvenil”, destacou o diretor da UNE, Ivo Braga em matéria do blog de Renato Rabelo.
Estudantes de entidades nacionais e estaduais começaram a fazer o credenciamento dos estudantes no sábado e em alguns casos passaram 40 horas ininterruptas neste credenciamento, uma verdadeira maratona dos estudantes organizadores.
Ainda não fez sua inscrição? faça pelo link:
http://inscricao.congressodaune.org.br/

UNE, UBES e ANPG convocam estudantes para mobilização 28/05 no “Dia Nacional de Luta pela educação!”.

Universitários, Secundaristas e pós-graduandos convocados para protestos e ocupações para o dia 28 de maio.



Mesmo após uma densa negociação e sob pressão das entidades estudantis o governo federal anunciou o contingenciamento de verbas da educação. As entidades de representação máxima dos estudantes divulgaram nota onde expressam que estes cortes são um retrocessos tendo em vistas os recentes avanços na educação brasileira como Reuni, Prouni, Fies e PNE e convocam os estudantes para o “Dia Nacional de Luta pela educação!”.

Os estudantes avaliam como uma medida positiva o recente aumento na taxação dos bancos e colocou esta ação como um rumo para solução da crise, em tempo defende a taxação de grandes fortunas e impostos sobre movimentação financeira como aplicação da máxima “que os ricos paguem pela crise”

As entidades estudantis estão em clima de luta e mandam o recado: “Convidamos todos os Centro Acadêmicos, DCE’s, Grêmios e Associações de Pós-Graduandos para organizar a luta em defesa dos nossos direitos! … não iremos aceitar nenhum centavo a menos para a educação! Não iremos retroceder no momento em que a universidade se pinta de povo a partir da democratização do seu acesso. Iremos ocupar as ruas e universidades de todo o país para impedir qualquer tipo de retrocesso.

Todos e todas convocados para se mobilizar no dia 28 de maio, o “Dia Nacional de Luta pela educação!”.

Compartilhe a hastag nas redes sociais para participar pela internet e vá as mobilizações na sua instituição!

#NenhumCentavoAmenos!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

BIENAL DA UNE COM NOVA DATA


A diretoria executiva da UNE informa que a 9ª Bienal da UNE mudou sua data para 01 a 06 de Fevereiro de 2015. O festival acontecerá na Fundição Progresso e nos Arcos da Lapa. Organize-se e arrume suas malas! A cidade maravilhosa está te esperando!