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quarta-feira, 3 de abril de 2013

5º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE: os avanços e desafios das mulheres


Nesta sexta, sábado e domingo (29,30,31), a cidade Camaçari (Bahia) recebeu o 5º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE, o EME, evento construído com e para as mulheres.

Na abertura do evento, Daniel Iliescu, presidente da UNE saudou as mulheres da entidade, destacando a importância delas na universidade, e recordando também a atuação delas dentro da UNE.

“Não tenho dúvida que neste espaço está constituído o que há de mais avançado de política e na luta de ideia para emancipar as mulheres e nosso povo. A luta feminina é parte do nosso todo. A luta pela emancipação só é completa se for comungada de forma conjunta. É a luta por um horizonte igualitário para a nossa espécie”, destacou Iliescu.

O presidente ainda citou nomes de mulheres que ficaram marcadas na luta pela igualdade, como Helenira Rezende, vice-presidente de UNE morta durante a guerrilha do Araguaia na década de 70, Maria Quitéria, Anita Garibaldi, entre tantas outras guerreiras da história do país.

Políticas públicas para as mulheres

A representante Secretaria de Políticas para as Mulheres, Tatau Godinho, lembrou dos grandes avanços na luta das mulheres em uma perspectiva histórica. E ressaltou que todos os avanços inclusive a criação de uma Secretaria específica foi fruto de um processo de lutas que foi construindo um espaço de autonomia das mulheres e que este nunca é um processo sem possibilidades de perdas. Ou seja, é preciso cuidar também para que não aconteça retrocessos. Para ela são duas questões fundamentais de ganhos históricos. “Primeiro a ideia e a disputa para que a mulher pudesse ocupar e exercer no espaço público. Romper com o cerceamento de que a nossa função e nosso papel na sociedade era no ambiente doméstico. O direito de estar presente no espaço público e de participar da política”, destacou.

Depois disso, segundo Tatau, o grande avanço das mulheres está em serem sujeitas da sua própria vida e da sua própria história. “Das mulheres se construírem com dependência e autodeterminação”, afirmou.
Para ela romper barreiras significa construir tensões na sociedade. De acordo ainda com a representante da SPM a dinâmica da desigualdade de gênero, de raça se entrelaçam a ponto de construir relações num processo de reorganização desordenada. “Sabemos que a opressão não atinge de maneira igual todas as mulheres. É muito importante que ao trabalhar na construção de novas relações sociais entendermos como opera a desigualdade? É essa compreensão que vai fazer com que a gente pense propostas de políticas sociais ou de organização que tenham o sentido de romper com a desigualdade de mulheres e homens”, destacou.

E continuou: “Nós consideramos que é fundamental que o Estado tenha um papel de intervenção para que a gente tenha capacidade de incidir sobre essas áreas. Nós precisamos romper barreiras cotidianas, saber fazer o feminismo no dia a dia, independente como ele se nomear.”

Políticas públicas para as jovens mulheres

Para Angela Guimarães, que acumula as funções de presidente do Conjuve, e secretária nacional de Juventude, o legislativa brasileiro tem conseguido discutir pautas avançadas, como o estatuto da juventude, a PEC das domésticas, o PNE que será aprovado, a aprovação dos royalties, entre outras.

Segundo ela nas conferências nacionais na juventude a participação das mulheres é massiva. “Isso se faz refletir nas nossas pautas”, garantiu. E apresentou duas bandeiras já apresentadas Conjuve que refletem essa luta: o aborto e a garantia do atendimento humanizado na distribuição de preservativo e da pílula do dia seguinte.

Angela lembrou o tempo de criação do Conjuve em 2005 e disse que o país está no seu segundo ciclo de políticas públicas de juventude desde então.

De acordo com a secretária temos atualmente no Brasil a maior população de jovens da nossa história, são 51 milhões, a maior parte são mulheres com nível de escolaridade superior aos homens. “Enquanto Conselho e secretária Nacional de Juventude queria propor junto com a SPM um seminário nacional para discutir políticas públicas para jovens mulheres, demandas próprias dessa parte da vida, conflitos, e um recorte feminista nas políticas públicas num geral”, disse ela.

Sobre o EME, Angela disse ainda que é essa organização do movimento estudantil que tenciona o poder público. “É a garantia que os nossos projetos podem fazer diferenças diretas na vida dos jovens”, afirmou.

Jovens no Poder

Para a estudante Michele Santos, Coletivo Candaces, as universidades precisam de uma reforma curricular que envolva questão de gênero e de raça. “Para que a gente não continue perpetuando apenas conhecimento desenvolvido por homens e brancos”, destacou. Michele acredita que a universidade ainda não tem um recorte de gênero que ajude todas a continuarem dentro das universidades. “Já foi comentado sobre as residências estudantis que não admitem alunas grávidas, falta de creches, entre muitas outras coisas. Até mesmo no movimento estudantil os espaços não são ocupados por mulheres e principalmente por negras”, destacou.

Segundo Michele ainda os jovens tem que ocupar espaços importantes agora. “Temos que propor e exigir políticas públicas de juventude e precisamos ser empodeiradas agora enquanto jovens”, finalizou.

Redação com UNE

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