Servidores reafirmam que a greve só termina quando todos forem atendidos

[26/07]

Reunidos agora à tarde, no Ginásio do Campus Florianópolis, os servidores do IFSC decidiram, por unanimidade, dar continuidade à greve iniciada no dia 18 de junho. A decisão foi tomada após os informes sobre o crescimento da adesão nos Campi e depois da avaliação da última proposta apresentada pelo governo apenas para os docentes, na quarta, dia 24/07.

Além de representantes de, praticamente, todos os Campi em greve, a assembleia contou também com a participação da Reitora do IFSC, Maria Clara Schneider. Ela informou sobre a decisão do Colégio de Dirigentes de suspender o início do segundo semestre nos 15 Campi paralisados, disse que apoia as reivindicações dos servidores e a abertura de negociações para os TAEs e anunciou que não vai mandar cortar o ponto dos servidores que aderiram à greve no IFSC. “Vamos, inclusive, levar essa posição ao CONIF, na próxima semana”, salientou.

Como indicativos a serem levados à 111ª Plena, nos dias 27 e 28 de julho, em Brasília, a assembleia de hoje (26/07) aprovou as seguintes propostas:

- Continuidade da greve.

- Manutenção da greve até que o governo apresente proposta para todos os segmentos representados pelo Sinasefe. O Sindicato pode até concluir a negociação docente, mas não deve assinar nenhum acordo até que os técnicos sejam contemplados.

- Melhoria na proposta do governo para os docentes, mantendo o interstício de 18 meses, estabelecendo uma lógica para a progressão, com step constante entre os níveis, e uma lógica para a titulação, com percentuais de 12% para aperfeiçoamento, 27% para especialização, 52% para mestrado e 75% para doutorado.

- Destinação para os TAEs do mesmo montante de recursos utilizados na proposta da carreira docente, visando à recuperação salarial e a reestruturação do PCCTAE.

- Manifestação visual explícita dos Comandos Nacionais de Greve favorável à abertura de negociação para os TAEs, a fim de dar visibilidade ao pleito junto à mídia.

- Ênfase na data-base.

- Articulação para que as reuniões com o governo contem, necessariamente, com a presença da FASUBRA (Federação dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras), sobretudo nas reuniões específicas sobre os técnicos.

Como delegados para 111ª Plena, amanhã (27/07), em Brasília, a assembleia de hoje aprovou os nomes das sindicalizadas Michele Conceição (pela diretoria) e Janaína Zanchin (pela base).

Radicalização

No ponto de debate sobre a radicalização da greve, os servidores aprovaram indicar ao Comando Nacional a suspensão do início do segundo semestre em todo o país, a exemplo do que já ocorreu aqui em Santa Catarina. Deverá ser feito também um trabalho específico para garantir a adesão dos únicos quatro Campi que ainda não aderiram à greve no Instituto (Caçador, Criciúma, Lages e Urupema). Além disso, o Comando deverá fazer uma rediscussão sobre o funcionamento das atividades de exceção no IFSC, levando em conta que o semestre não será iniciado e o governo continua intransigente na sua postura de não atender os técnicos administrativos.

Pauta interna

Representantes da Comissão de Sistematização da Pauta Interna de Reivindicações informaram que o documento já está pronto e será agora enviado aos servidores para uma nova rodada de discussões. A ideia é aprovar a Pauta na próxima assembleia geral do Sindicato. A Comissão informou ainda que as questões específicas de cada Campus deverão ser tratadas e negociadas em âmbito local. Na Pauta do IFSC constarão apenas as reivindicações que dizem respeito a todo o Instituto.

Organização sindical

No último ponto de pauta, a assembleia de hoje decidiu também abrir o processo de debates sobre a forma de organização sindical da Seção do IFSC. Um documento básico será elaborado e enviado aos Campi para discussão e elaboração de propostas. Após essa etapa, será realizado um encontro, nos mesmos moldes do que foi feito com a Pauta Interna do IFSC, para sistematização das sugestões dos sindicalizados e elaboração de um esboço de novo regimento da Seção. Essa proposta será então remetida às bases para o último debate, antes de ser enviada à assembleia geral para análise e aprovação.

A ideia é que todo o processo esteja concluído até setembro.

Calendário de luta

27 e 28/07 – 111ª Plena, em Brasília.

30/07 – Reunião do Comando de Greve, às 14h, na Sede do Sindicato.

31/07 – Ato Unificado dos SPFs em Santa Catarina, com a participação da CUT, CTB e CSP-Conlutas. Concentração dos servidores do IFSC a partir das 14h, no hall de entrada do Campus Fpolis. Em seguida, passeata e encontro com as demais categorias no largo da Catedral Metropolitana, no centro da Capital. Depois, a manifestação seguirá para o Terminal Integrado do Centro (TICEN) para distribuição de panfletos à população.

01/08 – Reunião do GT Carreira da Seção Sindical, às 9h, no Campus Florianópolis, para discussão dos pontos polêmicos do PCCTAE, do processo de eleição da CIS, organização do GT e do Seminário sobre carreira.

01/08 – Reunião de Negociação com o MPOG, em Brasília.

Créditos: Assessoria de Comunicação SINASEFE SC