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domingo, 23 de outubro de 2011

Após paralisação de 300 mil, estudantes ocupam comissão de educação


 
Sessão com presença do ministro discutia verba para educação em 2012

O Chile parou na última quarta-feira, dia 19, para assistir os 300 mil manifestantes -200 mil deles, na capital, Santiago – marchando em protesto por uma educação pública e de qualidade. Após o término da marcha, os estudantes continuam se mobilizando e na quinta, dia 20, ocuparam uma sessão da comissão legislativa que discutia o orçamento para a educação em 2012, da qual participava o ministro da pasta, Felipe Bulnes

A ocupação foi feita por cerca de 30 estudantes, alguns deles subiram na mesa de reunião e levantaram um cartaz dizendo: “plebiscito agora”, que é uma demanda dos estudantes para a realização de uma consulta popular que defina o futuro da educação. O protesto obrigou o encerramento da sessão. Após uma hora, os estudantes foram retirados pela polícia e a sessão foi retomada em outro local.

Os protestos no Chile contra a política educacional do governo de Piñera vêm acontecendo há mais de cinco meses. A população realizou no último dia 6 e 7 de outubro um plebiscito e mais de 87% dos votantes apoiaram as causas levantadas pelo movimento estudantil chileno

Apesar de todos os esforços dos estudantes e da população do país, o governo não tem se mostrado aberto ao diálogo. Para o líder estudantil Camilo Ballesteros, a necessidade de se organizar uma grande paralisação, como foi a do dia 19, demonstra essa situação. “Este grande movimento também é um retrato da insensibilidade do governo, que não escuta a marcha ou o apoio que temos da comunidade internacional e com a mídia. Além disso, pesquisas indicam que 89% dos chilenos nos apoiam nessa luta”.

Sobre a paralização, a líder estudantil Camila Vallejo afirmou:  “Esta luta é o futuro do nosso país. Vamos reconstruir o sistema educacional do país e garantir educação gratuita e de qualidade para todos”.

Conflito na véspera da paralisação gera violência e repressão

Um episódio ocorrido na véspera da paralisação, dia 18, fez o clima pesar em Santiago. A capital chilena amanheceu com um ônibus incendiado em uma das principais avenidas da cidade. Apesar dos responsáveis pelo incidente não terem sido identificados, o governo chileno afirmou que não autorizaria novas marchas, em uma tentativa de relacionar esse episódio às manifestações organizadas pelos estudantes.

No dia seguinte, a passeata foi autorizada pela governadora regional de Santiago, Cecilia Pérez, porém, ela invocou a Lei de Segurança do Estado, que estabelece penas de até 10 anos de prisão para os que provoquem danos aos serviços públicos.

Durante a paralisação dia 19, a polícia repreendeu fortemente os manifestantes. Cerca de 40 pessoas foram detidas e 5 policiais ficaram feridos. Grupos de homens com máscaras atacaram policiais e foram repelidos com o disparo de bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água.

Os líderes estudantis da Confederação dos Estudantes do Chile (Confech), Gastón Urrutia e Camilo Ballesteros, defenderam a paralisação como sendo a única forma de os estudantes  exigirem do governo as reformas na educação e criticaram a violência. “Esse tipo de atitude prejudica o movimento estudantil”, afirmou Camilo.

Da redação com agências
www.une.org.br 

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