Nas
cadeiras do plenário, os jovens erguiam placas em protesto contra aquela que,
segundo o próprio Sindetranscol, é a tarifa proporcionalmente mais cara do Brasil.
Pouco
antes, o presidente do Seterb, Sérgio Chisté, havia subido à tribuna para
afirmar que o resultado do estudo feito pela autarquia apontava um aumento
para, no máximo, R$ 3,05 nos dias de semana, R$ 1,55 nos domingos e R$ 4,00 o
transporte seletivo.
Segundo
o estudo, 28% dos ônibus do Siga – cerca de 74 dos 267 ônibus da empresa – tem
idade superior ao que consta no contrato, o que por si só já deveria criar um
sério problema na concessão, mas até agora parece ter sido propositadamente
ignorado.
Contudo,
o reajuste tarifário anual está previsto no contrato com o Siga: mesmo contrato
que estipula que os veículos não podem ter mais de seis anos de idade.
Se
o consórcio quer que seu direito de aumento seja respeitado, deve antes
respeitar as exigências contratuais – como a idade limite de seus ônibus – que
submetem cerca de 125 mil pessoas, quase 1/3 da população de Blumenau, a
situações no mínimo preocupantes.

Dérique
expôs o quanto a população acha absurdo ser refém de um consórcio que explora o
transporte público coletivo cobrando a passagem proporcionalmente mais cara do
Brasil, além de pontuar situações de risco, como o caso de um ônibus com
problemas nos freios. Para ele – e certamente para toda a população – R$ 2,90
já é um preço abusivo o suficiente.
São
Paulo é maior cidade da América do Sul. Tem aproximadamente 11 milhões de
habitantes contra os cerca de 310 mil de Blumenau. Sua área compreende 1,5 mil
quilômetros quadrados, contra os 519 km² de Blumenau. A tarifa da capital
paulistana é de R$ 3,00 enquanto a nossa é R$ 2,90.
Temos
35 mil vezes menos habitantes do que São Paulo vivendo em uma área três vezes
menor e ainda assim a diferença entre nossas tarifas é uma moeda de 10
centavos. Se o prefeito assinar o reajuste a ficamos cinco centavos mais caros
do que eles.
Depois
da ida ao plenário, os jovens seguiram protestando pelas ruas Martin Luther e
Antônio da Veiga até o Terminal Proeb, por volta das 20h.
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