Rafael Buda conta o que o festival reserva para os
estudantes
A oitava edição do principal festival estudantil da América Latina
já está se aproximando. De 22 a 26 de janeiro, Olinda e Recife, duas das mais
belas cidades do Brasil, abrigarão a 8ª Bienal da União Nacional dos Estudantes
e sua efervescente produção cultural.
Para todo festival engrenar, os preparativos contam com a colaboração e
o entusiasmo do Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE (CUCA). Lançado
na Bienal de 2001, o CUCA é um projeto de continuidade das iniciativas
culturais da UNE, dentro das universidades brasileiras, para além das suas
bienais. Trata-se de uma rede com núcleos em 15 estados, promovendo ações em
diversas linguagens como audiovisual, artes plásticas, literatura, teatro e
música.
Para explanar um pouco mais sobre a relação entre o CUCA e o festival
estudantil, o coordenador geral, Rafael Buda, concedeu uma entrevista exclusiva
ao site da UNE. Pernambucano, Buda deixa claro que essa edição da Bienal
tem tudo para pesar uma tonelada. Confira:
Qual a
importância do CUCA na articulação pra 8ª Bienal? Como está acontecendo essa
articulação?
Desenvolver o diálogo com esses estudantes e estimulá-los a participar
dessa experiência única é a importância do CUCA para o projeto. Como
articulação, estamos preparando caravanas por todo Brasil e estimulando
as inscrições de trabalho nas mais diversas áreas para que todos cheguem
afiados para participar de forma qualitativa dos debates sugeridos.
O que o CUCA
está preparando pra Bienal?
Teremos momentos marcantes na Bienal: abertura, aula espetáculo e
culturata. Serão eventos muito emocionantes. Teremos o ’’Espaço CUCA’’
que vai ficar em um local muito agradável no Parque do Carmo e pretende reunir
os veteranos para travar um debate sobre os novos desafios e perspectivas do
projeto, organizar novos coletivos de CUCAs com os novos participantes, além de
oficinas, atividades culturais e uma surpresa que só vai saber quem vier participar!
A cultura de
Pernambuco estará em foco, já que é o estado sede do evento este ano?
Sem dúvidas, desde nosso homenageado, que é o grande Rei do Baião, até
toda cultura rica e popular do estado de Pernambuco. Isso estará presente em
toda Bienal em debates, oficinas, mostras, exposições, artistas convidados.
O CUCA
nasceu durante a 2ª Bienal da UNE. Como você avalia o crescimento do circuito
ao longo desses 11 anos dentro do evento?
Hoje estamos passando por um outro momento da nossa rede, de mais formulação
e articulação dos nossos projetos. Somos Pontos de Cultura, Pontão de Cultura,
Agente Escola Viva, Tuxauas, membros do CONJUVE e da Comissão Nacional dos
Pontos de Cultura. Tudo isso nos credencia para que consigamos dar passos mais
largos. Estamos na fase final da elaboração do Plano Nacional de Cultura e
Educação para a prática de Extensão. Observamos hoje que existe essa lacuna e
que universidade e a troca de saberes são nossos lócus. Devemos assim, através
dos projetos de extensão, desenvolver novas relações e estruturas em nossa
rede. Portanto, temos muito trabalho em 2013 e muitos sonhos a realizar, o que
faz com que isso oxigene os CUCAs dando mais fôlego para que cada vez mais
pessoas participem do movimento.
A falta de
planejamento estratégico para pensar cultura em nosso país ainda é evidente. De
que forma o CUCA contribui para preencher essa lacuna?
As políticas culturais em nosso país vem avançando. Nos últimos 10 anos,
tivemos uma série de iniciativas que desenvolveu redes, conceitos e propostas,
tudo isso com a participação popular dos movimentos culturais. Estamos passando
por um novo ciclo e um arrefecimento em algumas áreas, mas é possível
identificar projetos que estão tendo continuidade significativa.
Sendo braço
de cultura do movimento estudantil, pode-se dizer que o CUCA promove uma
complementaridade entre cultura e educação?
Em nossas ações como Ponto e Pontão de Cultura, o CUCA sempre
desenvolveu a troca de saberes entre a universidade e a comunidade/sociedade,
rompendo os muros das instituições acadêmicas. Desse modo, foi possível
refletir sobre a importância de promover constantemente esse diálogo e sua
complementaridade entre cultura e educação.
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