Com o tema “A volta da Asa Branca”, Bienal dos estudantes reunirá dez
mil jovens de todo o Brasil entre os dias 22 e 26 de janeiro de 2013 nas cidades
de Recife e Olinda; aulas-espetáculo, grandes shows, debates, mostras
estudantis e convidadas, ciência, tecnologia, esporte e “culturata” fazem parte
da programação.
“Adeus Rosinha, não chore não viu, que eu voltarei, meu coração”, disse
o retirante, ao deixar a terra ardendo e a mulher amada. Seu trágico destino,
representando os milhões de nordestinos pobres que precisaram um dia debandar
do sertão junto com a Asa Branca, foi imortalizado pelo pernambucano Luiz
Gonzaga, nos versos e no toque do fole de uma das mais importantes canções
brasileiras de todos os tempos.
O começo dessa história é triste, mas Rosinha, que é mulher forte, de fé
inquebrantável, nordestina e brasileira, nunca deixou de acreditar. Depois de
muito tempo, a Asa Branca está voltando…
A Bienal da UNE, maior festival estudantil da América Latina,
também está voltando para o nordeste. A oitava edição do encontro retorna a
Pernambuco, onde já foi realizado há 10 anos, regressando para as cidades de Recife
e Olinda entre os próximos dias 22 e 26 de janeiro de 2013. A Bienal
traz uma homenagem ao centenário do rei Gonzagão e o tema “A Volta da Asa
Branca”. São esperados cerca de dez mil jovens de todo o país e
também do exterior.

O QUE É A
BIENAL DA UNE?
Completando 14 anos de experimentação e integração da juventude
brasileira, a Bienal da UNE é o maior encontro cultural estudantil do país,
revelando e mapeando a produção artística e científica existente dentro das
universidades e escolas de norte a sul.
Além disso, a Bienal é sempre marcada pelo debate e investigação acerca
de um elemento específico da formação do povo brasileiro, compreendendo a
necessidade de abrir os conceitos da identidade nacional e reciclá-los à luz da
diversidade e das livres trocas de conhecimento. Entre os temas já abordados
estão a relação entre o Brasil e a África, a integração latino-americana, o
samba e a cultura popular.
A Bienal passou por Salvador (1999 e 2009), Rio de Janeiro (2001, 2007 e
2011), Recife/Olinda (2003) e São Paulo (2005). Participaram Gilberto Gil,
Oscar Niemeyer, Aleida Guevara (filha de Che Guevara), Ariano Suassuna, Augusto
Boal, Ziraldo, Jorge Mautner, Alberto da Costa e Silva, Mino Carta, Serginho
Groisman, Abdias do Nascimento, Aziz Ab’Saber, Zózimo Bulbul, Ondjaki, Jards
Macalé, Alceu Valença, Marcelo D2, Martinho da Vila, Fred Zero Quatro,
Racionais MCs, Beth Carvalho, Chico César, Lenine, O Rappa, Tom Zé, Mr. Catra e
Naná Vasconcelos.
A Bienal é também o ponto de encontro do projeto Circuito Universitário
de Cultura e Arte, o CUCA da UNE, que gravita em torno da concepção dos ideais
do lendário Centro Popular de Cultura (CPC) e costura hoje uma rede em
universidades de vários estados brasileiros.
COMO
PARTICIPAR
Para se inscrever como participante da 8ª Bienal da UNE é necessário
acessar até o dia 13 de janeiro o site www.une.org.br/eventos,
preencher o formulário online, gerar um boleto bancário (valor: R$ 50) e
efetuar o pagamento. O comprovante deverá ser obrigatoriamente apresentado no
dia de credenciamento, em Olinda. Essa operação garantirá o alojamento (em
escolas e clubes), transporte e livre trânsito para toda a programação.
Inscrições de trabalhos – Para
inscrever trabalhos nas mostras da Bienal o prazo é dia 24 de dezembro.
Podem participar estudantes do ensino médio, superior e de pós-graduação de
todo Brasil. As inscrições são realizadas individualmente ou em grupo e serão
aceitos até três trabalhos do mesmo estudante por categoria. Os selecionados
serão divulgados no dia 4 de janeiro de 2013, no site oficial da UNE
e da Bienal. A inscrição nesse caso é gratuita e o
selecionado terá direito a alojamento específico (em escolas e clubes),
transporte e livre trânsito para toda a programação.
TEMA: A
VOLTA DA ASA BRANCA
Composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e lançada em maio de 1947,
“Asa Branca” reflete, de forma fidedigna, a realidade do nordeste brasileiro em
seu longo e penoso convívio com a seca e outras mazelas. Foi eleita pela
Academia Brasileira de Letras em 1997 a segunda canção nacional mais marcante
do século 20, atrás de “Aquarela do Brasil”.
O tema “A Volta da Asa Branca”, que inclusive virou mote para outra
canção na carreira de Luiz Gonzaga, celebra um aspecto especial da sua obra,
encontrando no sertão nordestino um traço de esperança ainda maior do que as
tragédias sociais e climáticas. No forró de Gonzagão, na poesia de João Cabral
de Melo Neto, nos estudos de Gilberto Freyre, na prosa de Graciliano Ramos e
tantos outros, o nordeste se coloca como espaço histórico de miséria e
desolação, porém desafiado pela fé de seus retirantes, um cenário de superação
e transcendência em meio à seca, a ave que vai e retorna em seu fluxo migratório
pela via do destino.
OS
ESPAÇOS DA 8ª BIENAL
O complexo do Carmo em Olinda vai se transformar, durante a Bienal, em
uma verdadeira cidade dos estudantes. Respeitando a configuração do próprio
espaço, que inclui a praça e a igreja, serão montadas estruturas para receber
as atividades do festival. Locais como a Faculdade de Olinda, a Biblioteca
Pública e o Clube Atlântico abrigarão mostras, debates, exposições, sessões de
cinema e apresentações teatrais.
Os shows de bandas universitárias ocuparão a praia do Carmo. Como
novidade nesta edição, acontece também a Bienalzinha, com programação de
caráter lúdico e recreativo voltada ao público infantil. As ladeiras de Olinda,
patrimônio da humanidade pela Unesco e da alegria pelos foliões, serão palco do
encerramento da Bienal com a “culturata”, tradicional passeata cultural dos
estudantes, que terá o mesmo percurso dos famosos blocos do carnaval. Já as
principais atrações musicais ocorrerão em Recife, no Marco Zero, momento de
integração e um presente da Bienal para a população local.
HOMENAGEADOS
DA 8ª BIENAL
Luiz Gonzaga é o principal nome da oitava
Bienal. Além dele, serão homenageados Gonzaguinha (mostra de música), Ariano
Suassuna (mostra de artes cênicas), João Cabral de Melo Neto (mostra
de literatura), J. Borges (mostra de artes visuais), Gilberto Freyre
(mostra de ciência e tecnologia), Josué de Castro (mostra de projetos de
extensão) e o conjunto da cena pernambucana (mostra de
audiovisual).
J. BORGES
PRODUZ ARTE EXCLUSIVA PARA O FESTIVAL
Além de ser homenageado pela área de artes visuais na Bienal, o artista
J. Borges, considerado o grande mestre da xilogravura em todo o mundo, criou
exclusivamente para a UNE a arte oficial que ilustra o festival. O trabalho foi
talhado em madeira de louro-canela, trazendo a ave asa branca, a imagem de
Gonzaga, o farol de Olinda, os prédios de Recife, o sol tão presente no
nordeste e, também, uma singela e carinhosa referência aos estudantes
brasileiros. O desenho é utilizado em toda a identidade visual do evento, como
cartazes, banners, panfletos, adesivos, camisetas, crachás, website, redes
sociais e todos outros espaços de divulgação.
SOBRE A UNE
A União Nacional dos Estudantes (UNE) é a maior organização da
juventude brasileira, representando mais de seis milhões de universitários de
todo o país. A instituição completou 75 anos em 11 de agosto de 2012 e está
presente em todas as universidades, de todos os estados, por meio dos
Diretórios e Centros Acadêmicos (DAs e CAs) ou Diretórios Centrais dos
Estudantes (DCEs), construindo a rede do movimento estudantil.
Além de manter diálogo sempre renovado com as demandas, os sonhos e as
expectativas de cada geração, a UNE é parte importante da história brasileira,
tendo participado como personagem principal de alguns dos seus principais
episódios, como o combate à ditadura militar, a campanha “Fora Collor” dos
cara-pintadas, a luta pelo “Petróleo é Nosso!” e a criação da Petrobras durante
os anos de 1950, as passeatas pelas “Diretas Já” em 1984, o combate ao nazismo
durante a segunda guerra e, atualmente, a luta por investimentos em educação
pública, como a destinação de 100% dos royalties do petróleo brasileiro para
esse setor.
A UNE E A
CULTURA
A Cultura na UNE é um conjunto de palco e bastidor pelo qual já passaram
Ferreira Gullar, Vinícius de Morais, Paschoal Carlos Magno, Cacá Diegues,
Arnaldo Jabor, Leci Brandão, Vianinha, Abdias do Nascimento, Beth Carvalho,
Carlos Lyra e Gianfrancesco Guarnieri. Cada qual em seu tempo, todos
encontraram, a partir da UNE, uma forma de fazer arte para fazer frente, arte
para formar e transformar, fazer arte fazendo parte.
O projeto cultural da UNE, fortíssimo nos anos de 1960 a partir de
iniciativas como o Centro Popular de Cultura (CPC) – nascedouro do clássico
filme 5x Favela – e a “Caravana UNE-Volante”, foi desmontado pela ditadura
militar que perseguiu e exterminou qualquer forma de organização juvenil no
país.
Em 1999, a UNE recuperou sua atuação cultural com o projeto das Bienais
pelo país. Em seguida, foi criado o Circuito Universitário de Cultura e Arte, o
CUCA da UNE. Atualmente, as Bienais e o CUCA servem como grande elo do
movimento estudantil no país e permitem a renovação das lutas da UNE, o contato
com a diversidade nacional e a contribuição da juventude no processo de
construção contínua da identidade brasileira.
SERVIÇO
O que? 8ª Bienal da UNE: “A Volta da Asa Branca”
Quando? 22 a 26 de janeiro de 2013
Onde? Pernambuco – Recife e Olinda
Quanto? R$ 50
Classificação etária: livre
Da Redação UNE
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